A escravidão já não é o que era e para compensar o Domingo que vou ter de trabalhar quando não deveria, deram-me ontem o dia livre. Tinha pensado fazer um poco de turismo por Pádua que ainda conheço pouco, como amanheceu nublado e fazia até um poco de frio, achei que era um dia ideal para visitar os museus da cidade.
Chegada ao centro e depois de comer o habitual “gelato” numa geladaria diferente (mouse de merengue e pannacota, hummmmmmm!) decidi mudar de plano porque afinal tinha-se posto uma bela tarde de sol! Armada do meu mapa e da minha camara de fotos, ao melhor estilo japonês, lá andei pelas praças, ruas e ruelas.
Decidi ir finalmente visitar a Basílica do “nosso” Santo António (foto), depois da primeira nega, desta vez fui preparada com um casaco! Quando estava a chegar... lá estava ela: barulhenta e peluda, a bela escursão portuga! Já é um clássico dos meus passeios turísticos encontrar compatriotas, acho realmente graça que apesar de sermos tão poucos andamos sempre por todo o lado! A Basílica é impressionante por dentro, gostei muito de ver todas as obras de arte e pinturas na parede. O túmulo onde (dizem) está Santo António está rodeado de fotos, desenhos, terços e imensas coisas que as pessoas ali deixam com os seus pedidos. Uma das coisas mais apreciadas é o aparelho vocal do santo que está conservado e à mostra numa vitrine, a isto sinceramente não achei grande graça... Depois há ainda imensas caixas de peditórios, cada uma para uma coisa. Eu até percebo que haja uma dedicada à manutenção, outra para o pão dos pobres, mas a que era destinada às almas do purgatório não percebi bem. Para que é que as almas do purgatório precisaram do meu dinheiro? Abriram algum centro comercial no purgatório e eu não sei? Enfim, as coisas da Igreja...
Bom e atendendo aos vários pedidos da minha avó lá fui eu por uma velinha ao santo para que tudo me corresse bem (não, não foi para arranjar marido). Mas qual não é o meu espanto quando hoje de manhã lá andava atarefada entre os meus croissants e bolinhos pela pastelaria fora, e vem um homem com o seu croissant na mão e me diz: “Tenho-a observado de há uns dias e tenho muita curiosidade em conhece-la!” Fogoooooooooooo, o santo é mesmo rápido! Ainda ontem pus a vela (ainda que sem intenção, juro!) e hoje logo de manhã já tinha um pretendente! Lá fiz aquele sorriso parvo que normalmente acompanha estas situações e voltei para dentro o mais rápido que pude, eheheh! Realmente uma das empregadas da pastelaria já me tinha dito que havia um homem que preguntava por mim, é um cliente habitual que tem uma empresa de queijos. Claro que ainda tive de aguentar o gozo dos homens da casa, que dizem que me faça amiga dele na expectativa de terem queijo de graça cá em casa, claro está! Por mim vão continuar a comer o pão seco, porque o rapaz.... enfim... pronto, fiquemo-nos por aqui...
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